Alfabetiza junho

Memória de Santarém: Cléo Bernardo e Silvio Braga

Lúcio Flávio Pinto - 08/07/2020

Silvio Braga e sua avó Mariquinha Braga, em frente casa da família, em Santarém, na década de 1950 -

Quanto vale um deputado?

 

O marechal Alexandre Zacarias de Assunção foi eleito governador do Pará em 1950, com o compromisso de mudança “para a redenção do Estado”. Iria acabar com o despotismo do PSD “baratista”, estabelecido no poder desde 1930. Mas no final de 1953 o governo "da liberdade e da democracia" praticaria seu primeiro ato de violência ao reprimir a “marcha da fome”, com o uso também de força federal. Vários manifestantes foram presos, entre operários e estudantes, e o secretário-geral do Partido Socialista Brasileiro, Raimundo Jinkings.


Cléo Bernardo, presidente do PSB, tentou atravessar o cordão de isolamento policial para entregar ao governador um memorial “pedindo medidas contra a crise que esfomeia a população, e indicando-as concretamente”. Foi impedido pelo irmão, Sílvio Braga, e por outras pessoas, receosas de que ele acabasse sendo assassinado.


Um oficial do Exército arrancou dos ombros de Cléo a bandeira brasileira com a qual populares o haviam coberto. Sílvio Braga procurou o comandante interino da base aérea, coronel Cabral, para lhe fazer um apelo. Depois de saber do que se tratava, o oficial bradou que “deputado não vale nada”. No episódio, equivocadamente.




  • Imprimir
  • E-mail